sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Correndo por prazer, uma história de 10.000 anos!

Curiosamente na O2 deste mês, que voltou a ser entregue normalmente, há uma matéria do Zé Lucio Cardim chamada evolução comentando sobre um assunto que em que eu me havia interessado recentemente, que é como e porquê nosso corpo se adaptou para o ato de correr. Se você nunca parou para refletir a respeito disso, pode pensar que essa pergunta é idiota, mas pense a respeito de todos os mecanismos que possibilitam que possamos correr grandes distancias como o resfriamento através do suor, o aquecimento dos fluidos que lubrificam as articulações, o mecanismo de retirada de energia das reservas de gordura e a gloriosa liberação de endorfina, também conhecida como barato de corredor. É provável que esses mecanismos foram desenvolvidos ao longo de muitos anos de evolução, mas segundo Darwin a evolução é o resultado da sobrevivência dos mais aptos, então a pergunta é correr nos tornou aptos ao que?

Tal curiosidade me levou a buscar esta resposta no Google, que é o pai de todas as respostas, e como sempre ele me mostrou uma luz no site do TED. Para quem não está familiarizado com sigla, o TED trata-se de um movimento que compartilha palestras de diversos pensadores do nosso tempo com o intuito de disseminar o conhecimento e o melhor de tudo isso é que isso é feito de graça!

No site do TED, encontrei um videdo do Christopher McDougall que ficou famoso por escreve o livro "Born to Run" ou "Nascidos para Correr" que é um dos expoentes do movimento da corrida com pés descalços. Ainda que eu não compartilhei os ideais sobre o movimento, esse video é interessante pois trás algumas informações interessantes sobre os motivos da apartação do nosso corpo ao ato de correr, por isso resolvi compartilhar aqui neste blog (Assista ao video antes de continuar lendo).

 

 

Ainda que hoje não precisemos utilizar a corrida para a mesma finalidade, é inegável que os benefícios fisiológicos da mesma continuam presentes e podem nos ajudar a levar uma vida mais leve e isso me levar a um outro tópico que quero comentar hoje. Na mesma edição da O2, o Nuno Cobra fez mais um comentário de ouro na sua coluna dizendo que deveríamos pensar em correr pelo prazer e esquecer o relógio a não ser que sejamos profissionais. Há algumas semanas estava conversando com um colega de trabalho que corre com freqüência e ele me confessou que não corre mais por tempo, mas pelo prazer de participar da prova assim como pregado pelo Nuno e refletindo sobre as provas ou treinos que tive mais prazer foram justamente os que não segui planilha nenhuma, tão pouco me preocupei com o tempo. O mais bizarro de tudo isso é que todos reclamamos da pressão no trabalho, das preocupações financeiros com as contas e etc, mas assim que temos a chance de fazer algo prazeroso colocamos metas, medimos o desempenho e criamos planos para atender estas metas, ou seja estragamos tudo. Talvez seja realmente a hora de repensar o ato de correr e voltar a fazer isso naturalmente como faziam nossos ancestrais e como fazem os índios do livro do Christopher.

Você pode até não concordar comigo com o Christopher ou com o Nuno, mas pelo menos pense a respeito e lembre da ultimo vez que você correu por prazer.

Até a próxima volta!

2 comentários:

  1. Bruno,
    Existe um limiar muito tênue entre tentar conhecer os próprios limites e se tornar uma criatura insuportavelmente chata e competitiva.
    Talvez por ser muito metódico não encaro as planilhas com um fetiche negativo. Conto com elas para controlar meu esforço, pois não sou conhecedor de técnicas e formas naturais de controlar esforço. Como não temos a obrigação de manter a forma para sobreviver, a atividade física deixou de ser algo natural para se tornar algo artificial. O homem moderno usa carro e compra comida no mercado. Resgatar a atividade física foi o ato que alguns resolveram resgatar pra viver melhor por mais tempo.
    Já corri com e sem relógio. Hoje, depois do primeiro quilômetro não faz mais diferença. O que conta é o que sinto. Mas isso é fruto de auto-conhecimento. Até se ter alguma experiência, acho imprudente o exercício sem monitoramento.
    Apesar da réplica, achei fantástico o seu post. Me fez lembrar dos primeiros meses, onde o controle da frequência cardíaca foi praticado de forma quase neurótica. Era medo de ter um treco no meio do treino kkk
    Boas passadas.
    André
    http://andreeotenis.blogspot.com

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  2. Oi André. Concordo plenamente com você. O que eu queria criticar é realmente o frenesi que se criou pelas consultorias de corrida e planilhas, fazendo com que muitas vezes esqueçamos porque corremos no fundo. Entendo que realmente precisamos ter métricas e acompanhar o desempenho de alguma forma e eu também faço mas gostaria somente de passar uma recado para todos lembrarmos a importância de fazer isso de uma maneira light e entender a diferença entre ser disciplinado e neurótico. Em dias que temos a vontade de correr livres por horas, mas a planilha diz que devemos fazer um treino de tiros, sugiro que sigamos o coração porque se a planilha ou os planejamentos nos tirarem o prazer das corridas, voltaremos a estaca zero. Mais uma vez obrigado por ajudar a enriquecer o blog com mais e mais idéias e por ser um grande incentivador do esporte! Abraços e até a próxima volta!

    Bruno Chinellato

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