quarta-feira, 4 de julho de 2012

Equilíbrio de Corpo e Mente: Relato de um prova de 10K


Medalha do Circuito das estaçoes de inverno
Dia 01 de Julho de 2012 foi o dia em que corri minha primeira prova de 10K, o Circuito das Estações de Inverno, para o qual estava me preparando há 8 semanas.Conforme já relatei aqui, fui para a prova com a intenção de simplesmente finalizar a prova, portanto contarei aqui o relato de uma prova de 10K.
Com a largada marcada para 8h30m, cheguei cerca de 1 hora antes no estádio do Pacaembu com tempo de sobra para apreciar o local, me hidratar, ir ao banheiro e fazer um aquecimento antes da prova. Logo ao chegar eu vi que o grupo de corredores dos 5K havia acabado de largar, e achei curioso que no grupo tinham os mais diversos tipos de corredores, desde iniciantes até pessoas que gostam de provas de mais velocidade. Após ver os primeiros pelotões saírem, imagem essa que foi inspiradora pois o sol acabará de nascer, fui retirar meu chip e me preparar para a prova.
Enquanto esperava os dez minutos anteriores à prova, momento
em que eu começaria meu aquecimento, eu estava um pouco ansioso e até com receio da prova então fiquei circulando no local do evento vendo as tendas montadas pela organização do evento para distrair a cabeça. Como a prova estava marcada para largar as 8h30m, comecei a aquecer por volta de 8h15min em volta daquela roda que fica na praça Charles Miller e tentei oscilar bastante a freqüência para ver como estava minha condição física naquele dia. Até ai não tive nenhum problema, quando dava um sprint a FC aumentava mas retornava rapidamente para um nível mais baixo o que me deu bastante confiança do condicionamento e problema até este ponto se resumia ao fato de que eu não havia traçado uma estratégia para a prova apesar de ter estudo o circuito.

Largada 5K CE de Inverno 2012
Largada dos 5K - Circuito das Estações SP - Etapa Inverno

Então após aquecido me posicionei no pelotão correspondente ao meu ritmo e enquanto aguardava pensei que deveria me concentrar em cada parte do circuito por vez, sem forçar muito para não correr o risco de quebrar, e assim o fiz já na enganosa descida da Pacaembu que é a parte inicial do circuito. Aqueles que já correram o circuito das estações sabem que essa é a parte onde os corredores mais afobados começam a cavar a própria cova, pois apertar o ritmo na descida da Pacaembu da a falsa impressão de a prova será tranqüila, pois essa descida é praticamente imperceptível para os olhos, mas o corpo cobra esse aperto de ritmo no final da prova quando essa mesma descida se tornar uma subida que apesar de pouco íngreme, é muito extensa. Eu segurei bem o ritmo e não me deixei levar pelos apressadinhos, portanto cheguei bem no final da Pacaembu para encarar a subida da Rua marta que leva até o elevado, mas como a subida é extremamente íngreme tive que diminuir meu pace para segurar o esforço, mas de modo geral eu cheguei bem no elevado e entrei nele sem dificuldades. O esforço começou a ficar mais intenso quando estava por volta do Km 04 pois administrar o ritmo no elevado se provou mais difícil do que eu havia pensado, devido ao tobogã que é essa parte do circuito, variando constantemente entre subidas e descidas, então percebi que precisava aproveitar a experiência de algum corredor mais rodado perto de mim para usa-lo como pacer.
Foi neste momento que percebi que ao meu lado havia uma corredora que estava sendo puxada pelo seu treinador, e ele mantinha um bom ritmo para que ela pudesse segui-lo e terminar a prova em um bom ritmo e sem quebrar, então decidi "roubar" o pacer da corredora "treinada". Além de me ajudar no ritmo, foi interessante acompanhar a corredora "treinada" e seu treinador por um tempo, pois percebi que ela havia se preparado bem para a prova com seu treinador, e ele estava ajudando-a mais como um consultor do circuito e pacer, além dos estimulos à la Bernardinho. O problema é que a corredora "treinada" carecia de auto-confiança e enquanto ambos corriam, ela relutava em continuar e o treinador a estimulava. Segui ambos por mais ou menos por 2,5Km, quando a corredora ˜treinada" estava quase desistindo e havia diminuído bastante o ritmo, mesmo com varias pessoas tentando estimular ela, inclusive eu, e portanto não tinha mais sentido eu seguir o treinador que havia abaixado muito o pace. Neste momento eu havia percebido que minha estratégia havia sido acertada e que eu havia conseguido me poupar razoavelmente bem, e portanto faltando menos da metade da prova eu poderia me dar ao luxo de apertar o ritmo e assim o fiz. Fui até o final do elevado em um bom ritmo (6' a 6'30"), desci a rua Marta segurando o ritmo só o suficiente para não me arriscar e entrei na Pacaembu apertando aos poucos o pace, mas esperando guardar algo para o sprint final.
Neste ponto, mais ou menos km 8 da prova, re-encontrei uma figura que estava chamando atenção de varias pessoas desde o elevado que era a corredora "raçuda". Essa corredora, com sua roupinha de marca e Ipod na orelha, não tinha técnica nenhuma de corrida (Falo isso pois ela corria bem parecida com o pessoal do Don't be That Guy), mas mesmo assim havia chegado longe para alguém que não parecia ter sequer se preparado adequadamente. Nos momentos anteriores em que eu havia passado por essa corredora já havia percebido que ela estava demasiadamente ofegante e pensei que ela poderia estar no limite e quebraria logo, mas ao encontra-lá novamente quando entrei na Av. Pacaembu, eu fiquei surpreso, mas ao me aproximar dela enquanto a passava, me assustei com o sofrimento da garota e percebi que ela estava sendo até imprudente, mas ainda  assim achei curioso a força de vontade  e motivação que ela devia ter para ainda não ter desistido estando naquele estado.
Após passar a corredora "raçuda", continuei a apertar o ritmo (5'30" a 5'45") pois saber que faltava somente subir a Av. Pacaembu para entrar nos ultimos 300m da praça Charles Miller me motivavam mais e mais. Como e já havia estudado o circuito a escalada final para entrar na praça Charles Miller não me surpreendeu como acontece com muitos corredores desatentos, e consegui chegar bem no final da prova.
Ao terminar a prova em uma situação confortável, mas com esforço, percebi que meu treinos e minha estratégia de prova valeram a pena. Eu consegui encontrar um meio termo entre a corredora "treinada" e a corredora "raçuda" pois o sucesso está em ter um bom equilíbrio entre treino, preparo psicológico e estratégia de prova.
Circuito das Estacoes Inverno de 2012
Sinto que ainda preciso me consolidar nas provas de 10K e fazer tempos melhores antes de pensar em uma próxima etapa, portanto na próxima semana vou retomar meus treinos visando melhorar meu desempenho nos 10K.
Para você que ficou curioso, meu tempo líquido foi 1h01m42s, por enquanto...
Até a próxima volta!

2 comentários:

  1. Parabéns pelo feito, Bruno.

    A 10K é a prova mais querida di Brasil. Mistura velocidade e resistência. Correr por 1 hora lhe coloca acima da média. O termo aspirante não lhe cabe mais.

    Sou fã confesso do Circuito das Estações Adidas. Quem sabe um dia troco o Aterro do Flamengo pelo percurso paulistano?

    Boas passadas.

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  2. Obrigado André! Agora que sei que consigo correr os 10K, quero correr mais rápido e depois partir para novos desafios!

    Abraços!

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