Lance Armstrong: A desconstrução de um mito e desprofissionalização do esporte!

Quem não adora uma história de superação, ainda mais quando envolve superar a perspectiva da morte para se tornar 7 vezes campeão da prova de ciclismo mais sacrificante do planeta? Até pouco tempo a história era exatamente essa, quase que uma epopeia do esporte, em que apesar de diversas tentativa não se conseguia provar qualquer infração.  Esse só não foi o resultado final da história porque em países sérios os organismos responsáveis por regulamentar o esporte, ou qualquer outra atividade, são persistente e não esquecem o passado, como acontece no Brasil, e o USADA que é o organismo responsável pelas investigações de doping nos EUA resolveu investigar mais uma vez qual era o elixir do Hepta-Campeão do Tour de France e medalhista olímpico Lance Armstrong. O homem sempre foi considerado uma máquina, imbatível nas estradas e admirado pela sua história pessoal, mas por de trás de tudo isso havia um complexo e nefasto esquema de doping, dito pelas autoridades como o mais bem arquitetado que se tem conhecimento. A investigação foi construída com base no testemunho de mais de 26 pessoas, entre eles ex-atletas que competiram na equipe de Armstrong ao longo deste 7 anos, e que segundo seus testemunhos eram obrigados a se doparem para que não só Lance, como seus companheiros pudessem ter um desempenho superior. Ainda de acordo com os testemunhos, Armstrong teve apoio de uma médico especializado em arquitetar esquemas de doping, e como prevenir sua detecção, já que ao longo de todos os 7 anos que competiu nunca conseguiu-se provar a culpa de Lance Armstrong. O complexo esquema de doping consistia de micro-injeções de EPO que é responsável por aumentar a produção de glóbulos vermelhos e melhorar a oxigenação do sangue, e para disfarçar os resultados que poderiam ser apresentados no teste sanguíneo, Armstrong deveria dormir em um acampamento de altitude, que disfarçaria o nível de hemoglobinas com a desculpa de estar fazendo um “doping fisiológico” até então permitido pela organização do evento. Além disso, testemunhas afirmaram ao USADA que Armstrong também tomava injeções de testosterona, o que contribui ainda mais para pulverizar a reputação desta antes lenda do esporte. Ao longo das ultimas semanas a figura do super-humano Lance Armstrong foi pouco a pouco desconstruída culminando com a expulsão de todo o circuito profissional de provas, incluindo outras que não ciclismo, e o abandono de seus patrocinadores.Hoje quem se pronunciou foi a UCI (União de Ciclismo Internacional) para confirmar o apoio as acusação do USADA e ratificar as punições ao ex-atleta, o que já era esperado, mas o que é mais chocante é ouvir essa mesma organização dizer que para estes 7 anos de provas, não haverá campeão pois todos os primeiro colocados nestes anos tiveram comprovação ou estão sob suspeita de doping. Isso significa dizer que 7 anos do ciclismo de alta performance foram fabricado por farmacêuticos e médicos sem escrúpulos e não por atletas dispostos a sobrepujar as limitações física com o mais alto espirito esportivo humano. O que mais me entristece em toda essa história é pensar que todos esses atletas poderiam realmente ser excepcionais e lendas por si só, incluindo o Lance Armstrong, porém jogaram tudo para o alto ao aceitarem embarcar em qualquer atividade que resultasse em um desempenho superior, o que impossibilita de separarmos destes o que era esforço e o que era química. Talvez esses atletas tivessem um material genético e força de vontade superiores, mas isso de nada vale se a performance for trocada pela integridade, e por isso é que o esporte profissional tem muito à aprender ou re-aprender com o esporte amador. Esporte amador é sobre superação, integração e diversão, coisas que o esporte profissional parece ter se esquecido há algum tempo...

Sejamos exemplos, para que nossos jovens e crianças não precisem acreditar em mitos fabricados com objetivo de vender produtos!

Até a próxima volta!